A Bahia deu um passo decisivo na ampliação de sua cooperação econômica com a China, ao integrar a nova Rota Marítima Direta Zhuhai-Brasil, lançada oficialmente nesta segunda-feira (14). A rota estabelece uma ligação estratégica entre o Porto de Gaolan, na China, e os portos brasileiros de Salvador (BA) e Santana (AP), promovendo um corredor logístico direto entre os dois países.
O lançamento marca um novo capítulo nas relações entre Bahia e China, hoje a principal parceira comercial do estado. Representando o governo baiano, o secretário de Desenvolvimento Econômico, Angelo Almeida, participou da cerimônia em Brasília, ao lado de autoridades chinesas e do Grupo Parlamentar Brasil-China da Câmara dos Deputados.
Logística mais eficiente e custos reduzidos para exportadores e importadores
Com a nova rota marítima, o tempo de transporte entre Brasil e China poderá ser reduzido em até 30 dias, o que, segundo Angelo Almeida, representa também uma diminuição de mais de 30% nos custos de frete. Isso impacta diretamente a competitividade de produtos exportados e importados, incentivando o comércio bilateral.
“O ganho logístico vai muito além da economia nos custos. Essa conexão abre oportunidades para fortalecer nossa nova industrialização, especialmente em setores como tecnologia, energias renováveis e infraestrutura”, destacou o secretário.
Bahia consolida posição como polo estratégico do comércio internacional
De acordo com dados divulgados por Angelo Almeida, somente no primeiro trimestre de 2025, a Bahia exportou aproximadamente US$ 1,2 bilhão para a China, enquanto importou US$ 800 milhões em produtos chineses. A relação comercial sólida tem atraído empresas chinesas de ponta, como as gigantes do setor eólico Goldwind e Sinoma, além da fabricante de veículos elétricos BYD.
Esses investimentos estão fomentando a geração de empregos qualificados, a modernização da indústria baiana e o avanço sustentável da economia regional.
Infraestrutura portuária robusta conecta continentes
O Porto de Salvador, um dos principais do Nordeste, tem capacidade para receber navios com até 150 mil toneladas de porte bruto e se destaca pela agilidade nas operações de carga e descarga. Já o Porto de Gaolan, localizado na região estratégica da Grande Área da Baía Guangdong-Hong Kong-Macau, movimenta anualmente até 160 milhões de toneladas e conta com um sistema logístico integrado por mar, terra e ar.
Com essa nova ligação, o porto chinês amplia sua rede para incluir a América do Sul, complementando rotas com o Sudeste Asiático e o Oriente Médio.
Impactos positivos para o Norte e Nordeste do Brasil
A rota direta entre Zhuhai e os portos de Salvador e Santana potencializa a exportação de commodities brasileiras, como soja, celulose, minério de ferro e carne bovina, além de acelerar a chegada de insumos industriais e tecnológicos da Ásia.
“A nova conexão já está sendo chamada de ‘canal dourado’ entre China e Brasil. Trata-se de um divisor de águas para o desenvolvimento logístico e econômico da Bahia”, afirmou Angelo Almeida, destacando ainda o papel do embaixador Zhu Qingqiao e do deputado federal baiano Daniel Almeida, presidente da Frente Parlamentar Brasil-China.
Conclusão: um marco nas relações sino-brasileiras
A implementação dessa nova rota marítima direta não apenas dinamiza o comércio exterior, como também fortalece os laços diplomáticos e estratégicos entre Brasil e China. A Bahia, com seu potencial logístico e industrial, se consolida como protagonista no cenário internacional, abrindo portas para um futuro de mais inovação, sustentabilidade e desenvolvimento regional.