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Conflito entre Israel e Irã se intensifica: mais de 240 mortos e ameaça nuclear cresce

SVT Brasil

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FOTOS: REPRODUÇAO DA INTERNET

Desde a última sexta-feira (13), Israel e Irã estão envolvidos em uma escalada violenta de ataques que já resultaram em mais de 240 mortes, segundo dados oficiais de ambos os governos. O principal foco do confronto é o avanço do programa nuclear iraniano, além da disputa histórica por influência no Oriente Médio.

Explosões foram registradas em importantes cidades como Teerã, Tel Aviv e Jerusalém, transformando áreas urbanas em zonas de guerra. A operação militar foi deflagrada por Israel, que alega tentar frear o desenvolvimento de armas nucleares pelo Irã — considerado uma ameaça direta à segurança global.

Israel mira instalações nucleares e lideranças militares

De acordo com autoridades israelenses, o Irã está próximo de concluir um artefato nuclear, o que motivou o lançamento da operação batizada de The Rising Lion” (Leão em Ascensão). A ofensiva tem como alvos principais:

  • Instalações nucleares estratégicas;

  • Cientistas envolvidos no programa nuclear;

  • Altos comandantes das Forças Armadas e da inteligência iraniana;

  • Centros de comando militar e arsenais.

Entre os alvos atacados, está a usina de Natanz, uma das mais importantes do programa nuclear iraniano. Além disso, dois dos principais líderes militares do Irã, incluindo os chefes da Guarda Revolucionária e das Forças Armadas, foram mortos. As ações também resultaram na morte de pelo menos 14 cientistas nucleares.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que a operação destruiu parte significativa dos mísseis balísticos iranianos.

Resposta iraniana e risco de ruptura nuclear

Em contrapartida, o governo iraniano reagiu imediatamente, disparando mísseis contra o território israelense e acusando Tel Aviv de cometer crimes de guerra. Além disso, Teerã ameaça abandonar o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP), o que pode levar a uma escalada ainda mais grave no conflito.

Especialistas como Uriã Fancelli, mestre em relações internacionais, e Hussein Kalout, pesquisador da Universidade de Harvard, alertam que a saída do Irã do TNP traria consequências desastrosas, elevando o risco de uma corrida armamentista nuclear no Oriente Médio.

Raízes históricas do conflito

A rivalidade entre os dois países não é recente. Antes de 1979, o Irã — então uma monarquia aliada dos EUA e de Israel — mantinha relações diplomáticas e econômicas com o Estado israelense. Porém, após a Revolução Islâmica, o regime dos aiatolás rompeu os laços, adotando uma postura antiocidental e antissionista.

Desde então, o Irã tem se empenhado em fortalecer sua influência na região por meio de três frentes principais:

  • Diplomática: firmando alianças com nações e grupos que se opõem a Israel e aos EUA.

  • Econômica: financiando movimentos armados como Hezbollah e Hamas, formando o chamado Eixo da Resistência.

  • Militar: desenvolvendo seu programa nuclear, que, embora negue fins bélicos, é visto como ameaça por Tel Aviv e Washington.

Análise: objetivos ainda não foram alcançados

Apesar das declarações de sucesso por parte do governo israelense, analistas internacionais consideram que os objetivos principais de Israel ainda estão longe de serem atingidos.

Para Uriã Fancelli, o completo desmantelamento do programa nuclear iraniano exigiria a destruição de instalações altamente protegidas, como o complexo de Fordow, localizado a centenas de metros abaixo da superfície — algo que só seria possível com o uso de bombas de penetração, atualmente em posse apenas dos Estados Unidos.

“Não há garantia de que o Irã não possua estoques ocultos de material enriquecido”, alerta Fancelli.

Por sua vez, Hussein Kalout ressalta que o Irã, embora fragilizado economicamente e pressionado internamente, busca equilibrar sua resposta militar com tentativas de negociação, inclusive recorrendo à mediação de países do Golfo.

“O Irã tenta demonstrar capacidade de dissuasão, mas ao mesmo tempo sinaliza, discretamente, que busca uma saída negociada”, analisa Kalout. Ele também reforça que a ameaça iraniana de abandonar o TNP é um sinal claro de que o cenário pode se agravar, seguindo uma trajetória similar à da Coreia do Norte.

Futuro do conflito: sem trégua no horizonte

Para os especialistas, o conflito deve se prolongar. Israel considera que ainda possui respaldo internacional para seguir com sua operação militar, enquanto o Irã, encurralado, mantém sua retórica de resistência e sua capacidade de resposta ativa.

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