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Comércio Brasil-EUA atinge recorde histórico no 1º trimestre de 2025, mesmo com novas tarifas americanas

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Foto: Repredução da internet

Mesmo diante das recentes tensões comerciais e da elevação de tarifas por parte dos Estados Unidos, o comércio bilateral com o Brasil registrou um desempenho inédito nos três primeiros meses de 2025. De acordo com dados divulgados pela Amcham Brasil nesta segunda-feira (14), a corrente de comércio entre os dois países alcançou US$ 20 bilhões, maior valor já registrado para um primeiro trimestre desde o início da série histórica.

O resultado representa um crescimento de 6,6% em relação ao mesmo período de 2024, conforme apontado pelo relatório Monitor do Comércio Brasil-EUA, publicado trimestralmente pela entidade.

Exportações e importações cresceram, com foco em tecnologia e energia

Segundo a Amcham Brasil, o avanço comercial foi impulsionado pelo bom desempenho da indústria brasileira nas exportações, além do aumento das importações de produtos de alto valor agregado, especialmente nas áreas de tecnologia e energia.

Os dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) indicam que as exportações brasileiras para os EUA somaram US$ 9,65 bilhões entre janeiro e março. Já as importações de produtos americanos atingiram US$ 10,3 bilhões, resultando em um déficit de US$ 654 milhões para o Brasil.

Estados Unidos ampliam liderança como maior mercado da indústria brasileira

O relatório também revelou que as exportações da indústria de transformação brasileira totalizaram US$ 7,8 bilhões, novo recorde para o primeiro trimestre. Com isso, os Estados Unidos reforçaram sua posição como principal destino da indústria brasileira, respondendo por 18,1% das vendas externas do setor — acima dos 17,7% registrados no mesmo período do ano anterior.

Amcham destaca parceria estratégica e pede ambiente comercial estável

Para o presidente da Amcham Brasil, Abrão Neto, os números refletem a força da parceria econômica entre os dois países. Ele defende a continuidade do diálogo entre os setores público e privado, visando a criação de um ambiente de negócios mais previsível e cooperativo.

“Os resultados do primeiro trimestre de 2025 reforçam a qualidade e o caráter mutuamente benéfico da relação comercial entre Brasil e Estados Unidos. As empresas estão comprometidas em fortalecer ainda mais o comércio e os investimentos bilaterais”, afirmou.

Tarifas dos EUA sobre aço e alumínio geram incertezas

Apesar dos números positivos, o cenário comercial tem sido influenciado pela política tarifária adotada recentemente pelos EUA. Em março, o governo norte-americano, liderado por Donald Trump, anunciou um novo pacote de tarifas sobre importações de aço e alumínio — incluindo produtos brasileiros, que passaram a ser taxados em 10%, a menor alíquota entre os países atingidos.

A medida, vista como parte de uma estratégia de proteção da indústria americana, provocou reações globais. China, União Europeia, México e Canadá já articulam respostas, e a própria Casa Branca recuou parcialmente, anunciando uma suspensão de 90 dias nas tarifas recíprocas para diversos países, exceto a China, que sofreu um aumento para 145% nas taxas, gerando retaliações chinesas com tarifas de até 125%.

No Brasil, o diretor de Estatísticas e Estudos de Comércio Exterior do MDIC, Herlon Brandão, afirmou que ainda é cedo para medir o impacto direto dessas tarifas sobre a balança comercial, mas reconheceu que a mudança pode ter influenciado os resultados de março.

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