A tensão comercial entre China e Estados Unidos atingiu um novo patamar nesta quarta-feira (9), com o anúncio do Ministério das Finanças da China de que tarifas de 84% passarão a ser aplicadas sobre todos os produtos importados dos EUA. A medida entra em vigor já nesta quinta-feira (10).
O novo percentual representa um aumento expressivo em relação aos 34% já estabelecidos anteriormente, adicionando mais 50 pontos percentuais às tarifas existentes — movimento que espelha a recente decisão do governo norte-americano.
No mesmo dia, entrou em vigor uma sobretaxa adicional de 50% sobre os produtos chineses que entram nos Estados Unidos, elevando o total dos tributos sobre essas importações para 104%.
Conflito tarifário se intensifica após ações de Trump
Na semana anterior, o presidente dos EUA, Donald Trump, havia anunciado uma nova rodada de tarifas sobre bens vindos de mais de 180 países, variando de 10% a 50%. A China foi particularmente afetada, sendo alvo de uma tarifa de 34%, que se somou aos 20% já vigentes sobre mercadorias chinesas — totalizando 54%.
Em retaliação imediata, Pequim respondeu na sexta-feira (4) com a imposição de novas tarifas, também de 34%, sobre todos os produtos americanos.
Ultimato americano não surte efeito e tarifas sobem
Em mais uma ofensiva, o governo dos EUA estipulou um prazo: se a China não recuasse até as 13h (horário de Brasília) desta quarta-feira (8), novas tarifas de 50% seriam aplicadas, levando a carga tributária total para 104%. Como Pequim não cedeu, a Casa Branca confirmou o aumento ainda na tarde do mesmo dia.
Apesar da escalada, Trump declarou acreditar em uma possível negociação com a China para conter os impactos das tarifas sobre ambas as economias.
China reitera disposição para diálogo, mas exige respeito mútuo
Logo nas primeiras horas desta quinta-feira (10), o governo chinês divulgou um documento oficial reafirmando sua posição de seguir com as medidas de retaliação.
Um porta-voz do Ministério das Relações Internacionais da China afirmou que o país está aberto a negociações, desde que sejam baseadas em princípios de respeito, igualdade e benefícios mútuos. “Se os Estados Unidos realmente quiserem resolver a situação pelo diálogo, precisam abandonar as pressões unilaterais”, destacou.
A China também levou sua preocupação à Organização Mundial do Comércio (OMC), classificando as ações americanas como uma ameaça à estabilidade do comércio internacional.
Impactos no comércio global seguem em pauta
Com as tarifas de ambos os lados atingindo níveis críticos, a guerra comercial entre China e EUA segue provocando incertezas em toda a economia global. Especialistas alertam que, sem um acordo entre as duas potências, o impacto pode se espalhar por diversas cadeias produtivas internacionais.